segunda-feira, 29 de junho de 2009

ENTREVISTA COM A ARQUITETA HELENA SAIA

Olá a todos. Vou transcrever a entrevista da Helena Saia na CBN na semana passada:
Segue abaixo:


MILTON JUNG, ÂNCORA: Nossa convidada no CBN São Paulo é a arquiteta e urbanista Helena Saia. Muito bom dia, Helena.

HELENA SAIA, URBANISTA: Bom dia, Milton.

MILTON JUNG, ÂNCORA: Nós, agora pouco ainda comentando aqui com o ouvinte internauta do CBN São Paulo, nos referimos a um trabalho feito por duas estudantes ou duas ex-pacientes no hospital Matarazzo preocupadas com a preservação daquela instituição. Helena, você já fez um trabalho, um levantamento alguns anos sobre o local que fica lá no Hospital Matarazzo. Existe a possibilidade de preservação dessa história?

HELENA SAIA, URBANISTA: Com absoluta certeza. Tudo é passivo de preservação e no caso lá, você tem o complexo, o Hospital Humberto Primo como é conhecido historicamente, ele está íntegro, no ponto de vista de todas as etapas e até a década de 90, funcionou, de 1903 até 1990. É uma questão de restaurá-lo.

MILTON JUNG, ÂNCORA: Ainda há, então, condições de recuperação? Esse não é o patrimônio perdido?

HELENA SAIA, URBANISTA: Sim, é tombado. Não, não é, imagina. Isso daí é um patrimônio que não deve ser perdido porque ele representa muito pra São Paulo e, principalmente, pra população paulistana que têm as suas raízes ligadas à questão, à imigração italiana , eu queria colocar uma questão que é fundamental. A questão da saúde tomada pelo Estado, é uma questão da década de 30 do século passado. Anteriormente a isso, as colônias, a alemã, a italiana, a sírio-libanesa, a portuguesa, ela assumiu o trato da questão da saúde. E como a colônia italiana foi muito importante em São Paulo, é o registro, é a memória dessa história. Entendeu?

MILTON JUNG, ÂNCORA: Claro, quer dizer, o hospital tinha essa importância e o que a gente ainda vê hoje em alguns movimentos, é exatamente por parte da colônia italiana no intuito de conseguir preservar parte dessa história e, inclusive, se sentindo muitas vezes aí, ou lamentando o fato de que até agora não tem se dado um destino. Olhando as imagens que foram feitas a gente fica um pouco assustado porque vê pedaços caindo. Mas apesar disso, a senhora está nos dizendo aqui que sim. É possível ainda preservar e esse não é um patrimônio que está perdido.

HELENA SAIA, URBANISTA: Não, não.

MILTON JUNG, ÂNCORA: Agora, que utilidade se daria para esse local? A senhora chegou a estudar isso?

HELENA SAIA, URBANISTA: Bastante, bastante, inclusive em termos de documentações, a documentação histórica documental e a documentação que se tem nos edifícios. Eu fiz o levantamento de todos os centros de saúde porque lá você tinha, teve em 1903, um núcleo muito pequeno construído que era separada a ala dos ricos e ala dos pobres. E aí como os pobres eram em números muito maiores, os ricos foram construindo as suas casas de saúde. Agora por outro lá, há uma legislação e é tombado, pelo CODEFAT, e pelo CONPRESP. O grande problema que eu vejo é você ter esse tombamento legal e não se debruçar sobre a questão legal em termos de como preservar e para que preservar.

MILTON JUNG, ÂNCORA: Que utilidade dá para essa área?

HELENA SAIA, URBANISTA: Exatamente. Eu tenho uma opinião pessoal, eu não vou, eu acho que sempre aquilo foi um ponto de referência de saúde. Ali não foram só atendidos pacientes de origem italiana, mas ali se formou muito médico. É um centro de desenvolvimento da medicina paulista muito grande, muito forte. E até minha opinião é manter ali alguma coisa voltada à saúde já que a gente está no eixo da Paulista e ali você sempre tem uma demanda muito grande.

MILTON JUNG, ÂNCORA: Ou seja, que se continue aquela área numa referência na área de saúde. Aí o olhar que vai se dar a isso pode ser até diferente. Não sendo necessariamente um hospital, mas, ou uma escola.

HELENA SAIA, URBANISTA: Não, porque a saúde hoje, você tem que colocar com os avanços tecnológicos, então você pode ter uma coisa, mais, melhor resolvida no ponto de vista da arquitetura e ter espaço, por exemplo, você tem uma capela maravilhosa que é a Capela Santa Luzia que fazia parte, que faz parte do complexo, mas você pode ter aquilo lá, com o uso bastante amplo para toda a cidade. Como eu tava falando da hospedaria dos imigrantes que é talvez uma das coisas mais visitadas em São Paulo porque lá todo mundo encontra as suas raízes. Então, a mesma coisa se daria em termos de revitalização cultural, você ter um apoio no plano de tratamento da saúde e no plano do conhecimento da evolução da medicina em São Paulo.

MILTON JUNG, ÂNCORA: Helena, o prédio é ainda da PREVI?

HELENA SAIA, URBANISTA: O prédio é ainda da PREVI.

MILTON JUNG, ÂNCORA: Tá, certo, então a PREVI que é responsável pela destinação a ser dada nesse local?

HELENA SAIA, URBANISTA: É, aliás, a PREVI desde que tomou as primeiras providências pra que hoje, vocês se espantam que está caindo janela e isso aquilo, estava muito pior porque ela investiu ali em termos de estar seguro, anda arrumando telhado, colocando um muro de arrimo na Rua Itapeva porque aquilo lá estava para cair. Enfim, o pessoal da PREVI é muito [ininteligível] em relação à importância que o complexo tem para a cidade de São Paulo.

MILTON JUNG, ÂNCORA: Helena Saia, muito obrigado pela sua gentileza, até uma nova oportunidade.

HELENA SAIA, URBANISTA: Tá bom, Milton. Obrigada. Eu agradeço. Tchau.

MILTON JUNG, ÂNCORA: A arquiteta e urbanista Helena que fez o estudo em torno do Hospital Matarazzo nessa área ali na Bela Vista extremamente valorizado, está parada, está abandonada porque não se deu uma destinação ainda para esse local que foi importantíssimo na cidade de na história de São Paulo, na história da colônia italiana, havia alguns anos, inclusive, um movimento de ícones da colônia italiana aqui em São Paulo, a sociedade paulistana no intuito de preservar aquela área, recuperar, uma mobilização, mas nunca se avançou muito nesse sentido. O prévio é da PREVI, proprietário do local, mas até esse momento, até hoje não se tem uma informação sobre o destino para aquela instituição. Já havia aí no passado aí interesse da própria, eu acho que a GV que tem ali, né? A GV de comprar aquele terreno até para estender a escola pra lá, a universidade pra lá, há uma curiosidade naquele local porque há túneis que liga um lado para o outro. Dizem que isso não há nenhuma garantia do ponto de vista histórico que esses túneis serviam para que fascistas que estavam internados no hospital, pudessem fugir quando eram procurados pela polícia, quando eram cassados, etc e tal. Mas isso também não é uma coisa que ficou confirmada, nunca teve um registro histórico assim que comprovasse isso, de qualquer forma tem esses túneis também na parte de baixo lá do hospital que dá acesso ao outro lado da rua. Mas enfim, até agora não tem uma palavra final sobre o que vai acontecer e chama a atenção. Quando você vê as imagens lá do hospital, as imagens que foram feitas pela e pela Aldeneide e pela Luana dos Santos Freitas, você fica preocupado e diz assim: "Será que esse patrimônio vai se preservar dessa maneira durante muito tempo? Será que vamos perder essa história de São Paulo, também essa história de São Paulo?" 10 horas e 28 minutos.

Bem, não sei se ela foi verdadeira nas palavas, pois como já disse, ela estava no projeto do arquiteto Júlio Neves de construir o tal shopping, flat, e etc.

É isso! Up

terça-feira, 23 de junho de 2009

UM PEQUENO TEXTO

Antes de tudo, de continuar postando outros textos, gostaria de agradecer ao Milton Jung (da rádio CBN) por ter publicado um texto nosso sobre o descaso do Hospital Matarazzo, e também por ter publicado algumas fotos que tiramos (em nossa Segunda visita que fisemos ao Hospital , em Setembro com a nossa amiga Larissa Karen Amorim, a filha de uma ex- funcionária, valeu Láh).

Gostei muito da divulgação da nossa ideia de salvar o Hospital, na imprensa, mas digo desde já qe não queremos APARECER as custas do caso do Hospital, mas sim queremos que realmente o Hospital seje salvo da degradação e volte a ser "reativado" como Hospital Público.

O Hospital estava esquecido a muitos e muitos anos, talvez só voltou a ser lembrado quando teve o evento "Casa Cor" e "A Casa dos Criadores", mas depois disso, voltou a ser um imóvel lá, abandonado, em degradação, cheio de lembranças de um passado que não volta mais, e um futuro incerto (talvez certo, de ficar se degradando até cair, e depois disso, o terreno abrigar um shopping, flat, salas comerciais e etc).

Quando estivemos desde a primeira vez lá, sentimos a obrigação de tentar fazer algo para salvar o lugar, que tanto nos ajudou anos atrás! Porisso estamos nessa campanha até conseguir nosso objetivo que não vai ajudar só nós, mas sim muitas e muitas pessoas que tanto necessita de centros de saúde de qualidade.

Não assisti o programa, mas pelo oque me contaram a Helena Saia deu uma entrevista, falando sobre o Hospital Matarazzo, e que mesmo ele estando degradado, ele pode ser salvo. Espero que as palavras dela realmente tenhe sido verdadeiras, e que ela realmente tenha desistido de um dia já ter sido parceira do arquiteto Júlio Neves para a implantação do projeto da PREVI de demolir boa parte do complexo hospitalar para construir o shopping, o flat e etc!

Mas uma coisa em não concordo é que eu acho sim que a PREVI deveria cuidar melhor do imóvel. Não adianta fazer somente um muro, pois a única vantagem é impedir invasões, mas por outro lado, serve para impedir que as pessoas entrem e vejam como o complexo hospitalar está por dentro. Se eles estão arrumando o telhado, por que não permitem visitas ainda? Quem não deve não teme!
Maquiar por fora não vale!

Outra coisa que eu falo também é que a comunidade Italiana deveria ter um Hospital como tinha antigamente. É a maior colônia de imigrantes de São Paulo. Se temos o Albert Einstein, o Sirio Libanez, o Oswaldo Cruz, que foram fundados por associações de imigrantes. Por quê não podemos ter o Hospital Matarazzo ou Umberto Primo de volta, para a comunidade italiana?


Continuando o comentário!

No dia 24 de Junho, estava na Av Paulista para resolver umas pendências pessoais , e como sou muito curiosa, quando ia embora, dei uma passada em torno do Hospital Matarazzo. Eu tinha escutado um boato que o estacionamento voltou a ser fechado, então fui lá para saber.

Quando estava andando, e olhei para o complexo hospitalar, e novamente deu muita pena em ver tudo abandonado, se deteriorando mais e mais.... Uma tristeza!
E vi mais um encanamento quebrado, deixando a parede podre! Bem, podem colocar mil tabuas de madeira para esconder, tudo o que for possível, mas é obvio que percebemos como o lugar está degradado, e eu fico pensando se nada for feito, pode ocorrer uma tragédia a qualquer momento lá!

Fiquei muito chatedada, já que no dia seguinte eu ia fazer aniversário, e realmente é chato ver o lugar que você ( e outras pessoas) nasceu, estar abandonado e degradado!

O estacionamento está mesmo fechado, pelo o que vi, tem uns blocos de tijolos na entrada (onde passavam os carros) e uma tábua de madeira! Acho que é para impedir a passagem de carros no local!

Minha opinião sobre o estacionamento é a seguinte: Tudo bem, ele pode funcionar, mas desde que ofereça segurança para as pessoas que trabalham lá.
Os prédios que compoem o complexo hospitalar estão muito degradados e se um carro derrapar em um dos prédios, pode ter um desabamento, e uma tragédia, ou várias!
É um caso de segurança para os funcionários e também para os prédios.
Realmente, é triste ver pessoas desempregadas, mas se o complexo for restaurado, ai sim, não haverá perigo, e se o complexo for reativado como Hospital, muitos empregos serão criados!!!!!!! Podem ter certeza!